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Americanos chamam o país deles de U.S.
Engraçado que U.S. também pode ser "us".
Subconcientemente isso deve ter algum efeito na auto-estima de uma nação.
Deve reforçar ainda mais seu sprit des corps.
Como seria se chamássemos o Brasil de NÓS?
A dívida de NÓS. O presidente de NÓS. Os políticos de NÓS.
Deve fazer diferença.
Vai ver que é por isso que aparecem sujeitos como um tal de Mike Einhorn por lá.
Einhorn é um operador de fundos Hedge.
Tem 37 anos, e já conquistou seu primeiro milhão de dólares faz algum tempo.
Jogador de bridge, tem pouca ou quase nenhuma experiência em poker.
No último final de semana, ficou em 18º lugar no Campeonato Americano de Poker.
Levou 659 mil dólares.
Levou é maneira de dizer.
Mike doou a totalidade do prêmio para a Michael J Fox Foundation.
Não vou aqui defender o bélico e imperialista U.S. of A.
Dos Bush, dos rednecks.
Mas em nome do "us", tem um lado do U.S. que a gente não consegue entender.
Nossa elite conhece bem o Soho.
Mas desse "us", não fazem a menor idéia.
Não percebem como seria legal se fossemos um Nós.
Fala-se de nossos políticos, de como são corruptos, de como nos roubam.
Mas quase não se fala dos dinheiros da classe média e alta que paga por essa corrupção.
Fala-se tanto dos corruptos e tão pouco dos corruptores.
Essa semana pegaram a dentista que adulterou a placa para não pagar multas.
Taí nossa elitizinha.
Que falsifica.
Que compra políticos e polícia.
Que corrompe.
Que constrói as Daslus e ajuda no varejo com assistencialismo de fachada, mas que contrabandeia milhões no atacado.
Que acha que pagar impostos é injusto.
Que sempre consegue um jeito de escapar da tributação, ou das multas
para ser especial.
A elitizinha de gel no cabelo para cobrir a cabeça oca.
Que depois fala mal dos políticos nos jantares.
Que lamenta ter que blindar seus carros.
Que não pode sequer parar no faról.
Uma pena.
Seremos sempre divididos ao meio.
De um lado o Brasil da elite que tem seu próprio Nós.
De outro o resto do Brasil que é o Eles.
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