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O Papa esteve visitando os campos de concentração de seu país natal.
Isso não é lá novidade, afinal João Paulo II também já fez essa viagem.
A novidade é que Bento XVI num rompante de consternação, perguntou "onde Deus estava" durante os piores dias do Nazismo.
Se ele não sabe, como é que eu vou saber?
Não entendo muito bem porque o Nazismo merece tamanha atenção papal.
Nem compreendo porque as mortes de lá mereceriam mais atenção do que as de cá.
Afinal, o livre-arbítrio faz do Nazismo um ato humano, desses que Deus tem pouca o nenhuma influência.
Como acontece em toda guerra, pode-se até lutar em nome de um Deus, mas na hora do aperto, não adianta clamar por Ele.
A pergunta seria mais adequada para as mortes do Katrina, do Tsunami e do recente terremoto na Indonésia, essas sim, tragédias que Deus poderia ter tido alguma influência.
Ao questionar o paradeiro divino, o Papa humaniza sua própria figura.
Faz com que a gente pense que talvez, por traz de tanta opulência e honraria ele também não tem a menor idéia das tragédias que nos aguardam, nem do destino, nem da luta entre bem e mal.
E se nem o Papa tem uma linha-direta com o divino, então estamos mesmo ferrados.
A foto de Bento XVI caminhando por Auchwitz, tem alguma coisa de quarta-feira de cinzas.
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