não conte pra mamãe

1.12.05

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Seu computador não pode ficar aí parado.
Muito menos é aceitável que quando você saia para almoçar, ele fique girando o logotipo 3D da sua empresa.
Seu computador é uma máquina poderosa.
Tem mais poder de processamento no seu telefone celular do que em Cabo Canaveral no dia em que o homem chegou na lua.
Já basta que você desperdice esse poder durante as horas em que está trabalhando.
Isso tem que ter um fim.
Foi pensando nisso que surgiram as primeiras idéias relacionadas a “computação em rede” e “clusters”, onde máquinas que supostamente estariam em descanso de tela passam a executar alguma tarefa útil para o mundo.
Um dos primeiros projetos com esse objetivo foi o SETI, ou Busca por Inteligência Extra-Terrestre. Nele, milhões e milhões de computadores de todo o mundo, recebiam “pacotes” de informações enviados por telescópios de todo o mundo e procuravam – enquanto os usuários dormiam – por um padrão inteligente de sinais, que pudesse representar vida em algum ponto do Cosmos.
Agora, o SETI foi integrado ao BOINC. O projeto de computação coletiva da Universidade de Berkeley.
A vantagem é que, ao participar do projeto, você dá ao tempo ocioso de seu computador ainda mais utilidade. Ao invés de apenas procurar por vida inteligente, tarefa que já é árdua na terra, que dirá no espaço, você ainda tem mais sete opções: mudanças climáticas, sinais gravitacionais de pulsars, melhorar o design do acelerador de partículas do CERN, investigar doenças relacionadas a proteínas, cura para doenças através do código genético, pesquisa biomédica, e estudo avançado de doenças.
Claro que os extra-terrestres também continuarão a ser procurados.
E claro, também, que você não tem que saber nada sobre os assuntos acima. Quem trabalha é seu computador, não você.