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Duas idiossincrasias.
Domingo tem votação.
Você é obrigado a votar.
Bem, não é completamente obrigado.
Se você quiser ir para a praia, também pode.
Basta passar numa seção eleitoral de lá da praia.
Ali você preenche um papel e diz que decidiu ir para a praia ao invés de votar e está tudo certo.
Mas eu, que não quero nem ir votar nem ir para a praia, não posso fazer o mesmo.
Tenho que votar.
Não tem, lá na minha sessão eleitoral, nenhum papel onde eu possa justificar que não quero votar.
Para o meu caso, não tem jeito.
Não me parece justo.
Acho que se deveria poder justificar a não-votação na sua própria sessão.
Como quem vai para a praia.
.
O presidente Bush colocou sua própria advogada na Suprema Corte.
Ao invés de escolher um jurista destacado, escolheu sua advogada.
No começo, alguns setores chegaram a elogiar o despreendimento do presidente.
Afinal Harriet Miers, a advogada, parecia ter posições liberais.
Parecia, porque agora já se sabe que ela trabalhou numa campanha anti-aborto há alguns anos, o que demonstra que deve ser apenas mais uma conservadora texana, como seu chefe.
Mas o pior é que recentemente o próprio Bush defendeu sua escolha com um argumento curioso:
Miers é uma fervorosa católica.
Agora espere um pouco.
Desde 2001, Bush tem suportado sua guerra anti-terorismo, com a idéia de que deve-se separar a religião da política.
Tirar os muçulmanos do poder, é basicamente o que ele quer.
Se assim é, que importância tem o fato de Miers ser católica, para sua indicação?
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