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Em tempos de Severinos, Jefersons, Dirceus e Jenoinos, pode-se facilmente imaginar que Lula é farinha do mesmo saco.
Ou é tacanho, ou é desonesto.
Engano.
Lula é a mais genial figura política da história recente do Brasil.
Não me refiro especificamente ao Presidente. Falo do Político Lula, num sentido mais amplo.
Se tem alguém capaz de superar uma crise, esse alguém é Lula, um emigrante nordestino desnutrido, que chegou à Presidência da Republica depois de ter sido o maior líder sindical do país bem no meio da ditadura.
Então não ache que ele não sabe como sair dessa.
Alias, a crise atual é, talvez, uma das mais fáceis que ele já superou.
Não o subestime.
Em plena repressão, Lula preso na polícia federal lá dá rua Maranhão, conseguiu convencer seus próprios carcereiros a esconde-lo dentro de um fusca e levá-lo a visitar sua mãe doente.
Não o confunda com padres que fazem greves de fome.
Não se deixe levar por seus erros gramaticais.
Esse homem é forte.
Não o confunda com essa gente que o cerca.
Na nossa história recente, os problemas são tantos e se empilham de tal maneira, que nenhum partido chega ao poder sem um projeto de perpetuação. O próprio PSDB assumia que precisava de 25 anos no poder para “mudar o Brasil”.
Lula e o PT não foram diferentes. O equívoco de Lula foi entregar a gente despreparada e/ou radical e/ou desonesta, o financiamento de seu projeto de perpetuação no poder.
Não foi muito diferente de FHC.
Lula é pragmático nas suas estratégias. Se forem necessárias alianças escusas, ele fará.
Alias, também como FHC fez, em sua controvertida aliança com ACM.
Caetano Veloso não estava enganado quando afirmou que Lula e FHC são apenas duas faces da mesma “esquerda da USP” no poder.
Por tudo isso, engana-se quem acha que Lula está acabado.
Não está.
O país vai bem economicamente. Bate recordes na balança comercial. Tem a inflação controlada, a moeda está forte. A classe rica está cada vez mais rica. A classe pobre não tem como piorar e nunca imaginou que fosse melhorar, além disso, se identifica com Lula e a ela pouco importa quem rouba o que em Brasília, acostumada que está com a bandalheira que lá sempre reinou.
Lula é forte candidato à reeleição.
O projeto de evitar a reeleição cortando seus contatos com o Congresso e enfraquecendo o partido através da derrocada de seus principais líderes, funcionou mas não está concluído.
Lula não tem mais Dirceu, nem Genoino, nem Gushiken.
Lula está sozinho.
E isso nunca o assustou.
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