não conte pra mamãe

20.10.06

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Fiquei sabendo hoje que numa pesquisa recente do Einstein, com crianças entre 10 e 12 anos de todas as classes sociais, 48% já haviam experimentado álcool, 17% cigarros e o mais espantoso: 12% já haviam tentado "outras drogas".
Sabe lá o que é isso?
Uma em cada 10 crianças de 10 anos experimentando "outras drogas"!
Neste mesmo estudo, outros dados alarmantes aparecem. A idéia de que o consumo de drogas começa em casa, com cola, com fluído de isqueiro. Ou mesmo o fato de que adolescentes dependentes são mais frequentes nas famílias cujos pais fumam, fazem a gente pensar que o cuidado deve começar muito antes dos 10 anos de idade e não tem muito a ver com razões emocionais ou genéticas.
Uma das coisas que fica clara no estudo é que as crianças devem ser ensinadas desde pequenas a encarar remédios como uma exceção. Ou seja, remédios devem ser guardados em armários e devem ser usados apenas quando estritamente necessários.
Nessa hora não pude deixar de pensar na quantidade de remédio que tenho em casa. Espalhado em todo lugar. Para dor de cabeça, para dor nas costas, para tudo hoje existe um remedinho.
E quando faço meu check-up, de seis em seis meses, ainda pior. São outros tantos receitados.
A indústria médica, o business da medicina nunca receitou como hoje em dia, arrisco dizer. É comum, para qualquer mal, você sair com um receituário para 3 ou 4 remédios diferentes e ainda uma sugestão de seu médico para visitar um endocrinologista, ou um dermatologista para ver essa manchinha e toca mais remédio.
A mesma medicina que descobre que os remédios devem ser contidos é a medicina que nos estimula a consumir em excesso.