não conte pra mamãe

9.10.06

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Minha geração, essa dos quarenta e poucos, não deu praticamente nada ao mundo.
Somos muito jovens para os hippies e velhos demais para os punks.
Ok.
Ninguém nos tira o The Police, é verdade.
Muito pouco, convenhamos.
O mais perto que chegamos de um movimento cultural memorável foi com os Yuppies, pobre de nós.
Este final de semana, no entanto, assisti ao documentário Dogtown and the Z-Boys, dirigido por Stacy Peralta e não pude deixar de me encher de orgulho.
Afinal, descobri que nossa geração fez algo mais de memorável: críamos o esporte radical.
Ou ao menos sua versão sobre quatro rodinhas.
Dogtown é o fim ou o começo da Route 66. Um lugar inóspito, cercado de bairros ricos de Los Angeles, cuja geografia dos dutos de água, das piscinas semi-esféricas, da proximidade com o mar somados a uma seca histórica, possibilitaram que o skate, um brinquedo da década de cinquenta ressurgisse no início da década de 70 com força total.
Z-Boys eram os garotos patrocinados pela Zephyr, uma surf shop local. Entre eles estavam Jay Adams, Tony Alva e o próprio Stacy Peralta.
Os três reinventaram o esporte. Jay redefiniu o street. Alva praticamente inventou o vertical e os aerials.
Dos três, Jay era o mais talentoso. Hoje cumpre pena no Havai por envolvimento com drogas. Alva tem sua marca de skate e Peralta dirige documentários.
Este é especialmente comovente.
Tem narração de Sean Penn e mostra com cenas reais o que o filme Lords of Dogtown romantizou.
Tem que ser visto.

1 Comments:

At 11:25 AM, Blogger Caldinas said...

Que curioso! E não é que um dos meus últimos posts teve exatamente o mesmo assunto (mas por uma ótica diferente)?

 

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