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Morreu o Papa. E o mundo chora por ele.
Como se a morte purgasse pecados, só se fala bem do homem que decidiu que uma geração inteira não deve usar camisinha em nome de um deus que ele foi eleito porta-voz. Um Papa reacionário, que em nome de uma igreja imutável, ignorou seu tempo. Foi o mais político dos últimos Papas. Foi o menos pragmático.
Um Papa que, como disse Maradona, beijava o chão, mas não deixava nada quando partia. Viajou o mundo, conheceu líderes e quem sabe tenha aliviado por alguns segundos, a dor de pobres miseráveis aflitos.
Foi um dos responsáveis pela eutanásia do comunismo. Mérito duvidoso, considerando-se o estado terminal da USRR.
Mas não soube utilizar a imensurável riqueza da igreja para solucionar algum problema prático.
Agora, multidões querem morbidamente ver seu corpo, exposto à visitação pública e a fotos de aparelhos celulares.
Enquanto isso, Luiz Ignácio se julga no direito de convidar 15 brasileiros para, às custas do povo, viajar para Roma. Uma mamatinha romana, com dois ex-presidentes e um punhado de religiosos. Um freak show aéreo, que só não foi mais ridículo, porque a mãe de santo que mal sabe falar português, nem sabia que se usa passaporte para viajar para o exterior, não pode embarcar.